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..::Chão de Versos::..

Foi lançado um documentário a respeito do antigo Colégio São Luiz intitulado "O Belo Parado". O projeto foi feito e idealizado por André La Salvia apoiado pela Lei Municipal de incentivo à Cultura.
O documentário mostra as atividades no prédio onde de primeiro momento funcinava o Theatro Carlos Gomes, construído com recursos do café, que foi fundado em 1898. Além disso conta os três momentos de triunfo seguidos por derrocadas que vez por vez iam descaracterizando o patrimônio.





Fontes: Folha Popular, 2º quinzena de Novembro de 2010.

5:48 PM No comments
Outra foto comparativa. O lugar da vez é a Rua Dr. Cândido Rodrigues, no Centro de Bragança Paulista, a primeira foi tirada no final dos anos 30:

E a segunda tirada (quase) do mesmo local:


4:04 PM 1 comments
Chove!
José Gomes Ferreira
Chove...

Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove...

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
5:13 PM No comments
Essa postagem tá no outro blog, mas lá vai:

Dia 29 de Outubro, sexta-feira tem concerto da Orquestra Sinfônica de Bragança Paulista, na Casa de Cultura de Bragança Paulista que fica na Rua Cel Assis Gonçalves, número 243, no Centro, o concerto está previsto para começar as 21:00 horas. O repertório apresenta desde do Romantico Tschaikowsky até o ítalo americano Paul Creston.

  • N.Rimsky-Korsakov - Procissão dos Nobres  
  • W.A.Mozart - Sinfonia nº 41 Allegro Vivace (1º movimento) Molto Allegro (4º movimento)
  • Edward Elgar - Pompa e Circunstância  
  • Paul Hindemith - Armeemarsch 606 (música militar) 
  • Albert W. Ketèlbey - Feriado Bancário 
  • Paul Creston - Noite no México 
  • P.Tschaikowsky - Valsa (do Ballet "A Bela Adormecida" ) 
  • Johann Strauss - Vozes da Primavera (valsa)
Os ingressor custam R$ 40,00 na hora. Estudantes, Professores e Idosos pagam meia R$ 20,00, ou quem compar antecipado na Banca do Pardal, na Praça também paga R$ 20,00


11:10 AM No comments
Tô fazendo junto com a minha irmã um novo blog, desta vez falando sobre música clássica... Só tem uma postagem... mas um dia a gente chega lá!

http://ocravobemapimentado.blogspot.com/


4:34 PM No comments
Mais uma foto comparativa, desta vez do Colégio São Luiz (Também chamado de Carrozo ou Theatro Carlos Gomes).





 
Tava passando lá em frente e lembrei que vão restaurá-lo, e abrigará um Centro Cultural, enquanto este não fica pronto achei melhor relembrar um pouco da memória dele.
Criado para ser um teatro, nunca desempenhou o papel e acabou se tornando "uma instituição de instrucção secundaria", como foi tomado em sessão na Câmara de Bragança, em 20 de Agosto de 1925. 
No site da secretaria de cultura e turismo tem desde o histórico do prédio até as plantas do projeto arquitetônico para a restauração.


Umas Referências: 
Site da Secretaria de Cultura e Turismo

8:56 PM No comments
"J'aime les nuages... les nuages qui passent... là-bas... les merveilleux nuages!"- Charles Baudelaire (L'étranger)


"Eu amo as núvens... as núvens que passam lá longe... as maravilhosas núvens!" - Charles Baudelaire (L'étranger - O Estrangeiro)
10:24 PM No comments
"Duas estradas divergiam num bosque e eu - Tomei a menos percorrida, E isso fez toda a diferença. "- Robert Frost (The Road Not Taken)
10:17 PM No comments
 Quadrilha
Carlos Dummond de Andrade
 
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história. 
1:25 PM No comments
Composição  
Carlos Drummond de Andrade

E é sempre a chuva
nos desertos sem guarda-chuva,
algo que escorre, peixe dúbio,
a cicatriz, percebe-se, no muro nu.

E são dissolvidos fragmentos de estuque
e o pó das demolições de tudo
que atravanca o disforme país futuro.
Débil, nas ramas, o socorro do imbu.
Pinga, no desarvorado campo nu. 

Onde vivemos é água. O sono, úmido,
em urnas desoladas. Já se entornam,
fungidas, na corrente, as coisas caras
que eram pura delícia, hoje carvão. 

O mais é barro, sem esperança de escultura.
1:20 PM No comments
Nur wer die Sehnsucht kennt   - Johann W. Goethe

Nur wer die Sehnsucht kennt,
Weiss,was ich leide!
Allein und abgetrennt
Von aller Freude,
Seh ich ans Firmament
Nach jener Seite.
Ach!der mich liebt und kennt
Ist in der Weite.
Es scwwindelt mir,es brennt
Mein Eigenweide.
Nur wer die Sehnsucht kennt,
Weiss,was ich leide!


Só quem já sentiu saudade (Tradução) - Johann W. Goethe

Só quem já sentiu saudade,
Quanto sofro há de entender:
Sozinha aqui, longe vivo
De todo e qualquer prazer.
Nos céus meu olhar fixado,
Um só lado quer rever.
Ai! Quem me ama e de mim sabe
Mui distante foi viver.
O tempo todo estonteada,
As entranhas a me arder:
Só quem já sentiu saudade,
Quanto sofro há de entender!






2:54 PM 1 comments
Oh Captain, My Captain

 Walt Whitman
1

Oh capitão! Meu capitão! nossa viagem medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas, o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme, o barco raivoso e audaz:
Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu capitão,
Caído, frio, morto.


2

Oh capitão! Meu capitão! erga-se e ouça os sinos;
Levante-se - por você a bandeira dança - por você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas - por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão de faces ansiosas:
Aqui capitão! pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.


3

Meu capitão não responde, seus lábios estão pálidos e silenciosos
Meu pai não sente meu braço, ele não tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco retorna com o almejado prêmio:
Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto.
8:09 PM 1 comments
O 19º Concurso Nacional de Poesia Augusto dos Anjos acontece na cidade de Leopoldina - MG, cidade do meu pai, onde o autor morreu... Me falaram que era tarde demais para eu divulgá-lo, mas aí vai:


8:45 PM No comments
Hoje fui inventar de escrever numa sala de espera, acho que é um bom lugar para se escrever... mas ao contrário de todas as vezes que escrevi em salas de espera não fiz quase nada, foi até difícil sair alguma coisa, porém o estranho é que tinha alguma coisa para sair... Aí eu lembrei de uma poesia do Drummond ... É quase isso.

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira.
9:15 PM 1 comments
Essa semana tivemos SEMACC de Letras na FESB... Meio atrapalhada, por causa do feriado que nos tomou dois dias de atividades. Tivemos excelentes palestras, mas não dá pra narrar tudo aqui, na quarta feira o Professor Marco Aqueiva levou um grupo de poetas intitulado Poenocine (acho que eram cinco...) para apresentarem suas poesias... Dei um lida (não em tudo) e escolhi alguns para postar aqui, não vai dar pra postar tudo de uma vez, mas com o tempo eu vou colocando mais, por enquanto apresento só um:

Mirante dos Sonhos
Ariane Alves dos Santos

Olhos alados na curva do tempo
Absorto na fechadura das parábolas
arrasto o pendúculo da memória.

Pelos declives de ipês pranteados
Dedos de lâminas trançadas
Acariciam a aurora
Nasce o susto.


Expira
Fragmentos de mica
Constroem o céu


Inspira
O halo embarado pousa na pele


Descanso com os pés imersos na vida.
4:34 PM 1 comments
 Rua das Rimas
 Guilherme de Almeida
A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua de poeta, reta, quieta, discreta,
direita, estreita, bem feita, perfeita,
com pregões matinais de jornais, aventais nos portais, animais e varais nos quintais;
e acácias paralelas, todas elas belas, singelas, amarelas,
douradas, descabeladas, debruçadas como namoradas para as calçadas;
e um passo, de espaço a espaço, no mormaço de aço baço e lasso;
e algum piano provinciano, quotidiano, desumano,
mas brando e brando, soltando, de vez em quando,
na luz rara de opala de uma sala uma escala clara que embala;
e, no ar de uma tarde que arde, o alarde das crianças do arrabalde;
e de noite, no ócio capadócio,
junto aos lampiões espiões, os bordões dos violões;
e a serenata ao luar de prata (Mulata ingrata que mata...);
e depois o silêncio, o denso, o intenso, o imenso silêncio...
A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua qualquer onde desfolha um malmequer uma mulher que bem me quer
é uma rua, como todas as ruas, com suas duas calças nuas,
correndo paralelamente, como a sorte diferente de toda gente, para a frente,
para o infinito; mas uma rua que tem escrito um nome bonito, bendito, que sempre repito
e que rima com mocidade, liberdade, tranqüilidade: RUA DA FELICIDADE...
10:30 AM No comments
Ao Luar
Augusto dos Anjos
Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tactil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!
6:30 PM No comments
10:03 AM No comments
Endymion (fagmento)
John Keats
O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam, e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem do céus e alenta a nossa vida.
4:41 PM No comments
Poucas  músicas foram tão revolucionárias quanto a  Sinfonia nº 9, Opus 125 em Ré Menor de Ludwig Van Beethoven, composta por volta de 1824, Beethoven inovou ao colocar um coral, no último movimento de uma sinfonia, inspirado no poema de Friedrich Schiller An die Freude, ou "À Alegria". Coisa que até então ninguém havia feito.
Sua primeira apresentação se deu em 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, em Viena sob a regência Michael Umlauf. O mais interessante a respeito desta composição Ludwig a terminou em um grave estado de surdez, tanto pela sua complexidade e expressão, pode-se notar a genialidade de um dos maiores compositores clássicos de todos os tempos...
Letra da Nona Sinfonia - "Ode à Alegria" (Em Alemão)
Baixo
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!
Baixo. Quarteto e coro
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.
Tenor e coro
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Coro
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über'm Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such' ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.
Letra da Nona Sinfonia - "Ode à Alegria" (Tradução)

Baixo
Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Baixo. Quarteto e coro
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Tenor e coro
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Coro
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!


Bom vou ao que interessa agora, outro dia assisti o filme Minha Amada Imortal, que conta a vida, obra e os romances da vida de Beethoven, e me chamou a atenção a cena da apresentação desta última sinfonia.






4:10 PM No comments
Ontem fui ao Jardim Público, pegar umas inspirações que estavam faltando para escrever umas histórias, aí me lembrei de uma foto que tinha, da época em que o Jardim Público era destino de passeios de pessoas de todas as idades. Até mesmo uns dez anos atrás muitas pessoas ainda o frequentavam, ontem, porém, encontrei lá apenas uns idosos tomando sol e poucas crianças brincando no parquinho. 


_______________________________________________________________







6:26 PM 4 comments
Este vídeo produzido pela TV Cultura mostra um pouco do Museu do Telefone aqui de Bragança:
12:33 PM No comments

Clique nos links para ver a imagem:

Os Comedores de Batatas
A Italiana
A Casa Amarela
Girassóis
Noite Estrelada
Oliveiras
A Vista de Arles Com Lírios
8:26 PM 1 comments
 Versos Íntimos
 Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
7:58 PM No comments
  Velhas Árvores
 Olavo Bilac
Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .


O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .


Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,


Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

7:47 PM No comments

Vincent Van Gogh
Para começar, Van Gogh é o meu pintor favorito (em segundo lugar vem Monet) e por ocupar este posto, decidi escrever um pouquinho sobre sua vida e obra... o texto a seguir foi retirado do meu livro de Artes do 1º ano (eu acho =/ ), que tem um capítulo dedicado inteiramente a ele, e foi com este texto que descobri a complexidade da obra  intensa de Vincent...
Falar de Van Gogh é falar sobre intensidade, paixão, loucura e genialidade. A vida deste grande artista foi rodeada por acontecimentos dramáticos a começar pelo seu nascimento e pela escolha do seu nome.
Vincent Willem Van Gogh nasceu em 30 de Março de 1953 em uma pequena aldeia holandesa, recebendo o nome de seu irmão Vincent Van Gogh - nascido no mesmo dia do ano anterior, que morrera prematuramente. Seu pai era pastor e havia enterrado o filho querido dentro da igreja. Diariamente durante anos ao entrar nela, o Van Gogh via estampado na lápide do irmão morto o seu nome.
Bem mais tarde, aos 15 anos, Vincent deixou a escola e passou a trabalhar em uma galeria de arte com o tio, na cidade de Haia. Após um período, foi transferido para filiais em outros países. Nessa época dedicou-se ao conhecimento da arte, desenvolvendo ainda seu senso estético.
Em Londres, apaixona-se por uma moça chamada Úrsula e experimenta sua primeira rejeição amorosa. Desesperado, retornou as terras holandesas. Cada vez mais melancólico e isolado, dedicou-se a leitura da Bíblia. Incentivado pela família Vincent  entrou para a escola de evangelização, contudo, ali também não foi entendido. Apesar disso, confiante de sua vocação, foi para Boringe (Bélgica) pregar como leigo os ensinamentos religiosos aos trabalhadores de minas de carvão. Afastado da família, correspondia-se com seu irmão Theo, que assistia com dinheiro e cartas. Em sua obra "Os Comedores de Batatas", ele expressou dramaticamente este momento. 

Os Comedores de Batatas 
Nuenen, The Netherlands: April, 1885 
Van Gogh Museum 
Amsterdam, The Netherlands, Europe




Espiritualmente marcado pela miséria, ele retratou nessa tela o mundo em transição e as desigualdades sociais  por meio de luzes e cores sombrias que passam entre a memória recente da dor e da vibração religiosas dos claros-escuros do Barroco.
Doente, com fome e sem dinheiro, Vincent não poderia imaginar que no futuro, em 1987, em Londres seus quadros seriam  vendidos por 40 milhões de dólares. 
Seus primeiros estudos foram criados com base na obra de Jean-François Millet, artista que retratava paisagem da vida rural. De volta a Haia, com ajuda do irmão Theo, montou um ateliê. Suas primeiras pinceladas a óleo retratavam a paisagem holandesa. 
Em 1886, ao conhecer os impressionistas Renoir e Pissarro, Vincent passou a usar estudos de luz e pigmentos, criando uma estilística (visual) única, vibrante usando a cor livremente. Nessa fase da vida, Van Gogh sonhava em fundar uma colônia de artistas e convidar Gauguin para iniciar o projeto.
Resolveu, então, morar em Arles, no interior da França. A luminosidade exuberante da região despertou a genialidade do artista e fez surgir um estilo único, caracterizado pela expressividade dramática e beleza inigualável. 
Tecnicamente, Vincent aplicava a cor em traços como os impressionistas, contudo libertou a cor, aplicando arbitrariamente os pigmentos puros e utilizando pinceladas espessas para expressar intensidade das emoções. Apaixonadamente deixava-se invadir pela natureza e compartilhavar a angústia as flores e do êxtase do sol.
Após tanto caminhar, sofrer e rezar, aos 27, Vincent encontrou sua real vocação: A Arte. Um caminho sem volta, uma obsessão permanente, uma emoção única, uma paixão eterna.


Quando pinto uma maçã,
quero fazer sentir o suco por 
baixo da casca e as sementes
ansiando germinar.
Vincent Van Gogh
9:34 PM 1 comments
Livros e Flores
Machado de Assis
Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?
7:58 PM 1 comments
O Pianista
Sou fã de música clássica, toco piano [não muito bem... mas eu me esforço =)... ] e por isso O Pianista é um dos meus livros e filmes favoritos...
Escrito pelo próprio Wladyslaw Szpilman, o pianista, trata da perseguição nazista contra os judeus na Polônia. Lógico que eu achei o livro muito melhor do que o filme, é mais detalhado porém o filme é excelente. Principalmente a cena final onde ele toca Ballade nº 1 Op. 23 , do Chopin, compositor favorito de Szpilman.




Trailer

6:29 PM No comments



Serenata

Cecília Meireles

Permita que eu feche os meus olhos,

pois é muito longe e tão tarde!

Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.



Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.



Serenade - Franz Schubert





9:27 AM No comments
Resíduo
Carlos Drummond de Andrade

De tudo ficou um pouco
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco.

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
― vazio ―  de cigarros, ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.
De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.
7:14 PM No comments
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