Sabe... Esses dias eu estava folheando o Livro Pequeno Príncipe do Antonie de Saint-Exupéry, e uma das partes que eu mais gosto (eu acho que eu e a maioria das pessoas) é a parte que ele encontra a Raposa... Decidi postar essa parte aqui... Então lá vai:
E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços…"
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
5:20 PM
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O Amor
Fernando Pessoa
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.
8:35 PM
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A Dança
Pablo Neruda
Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
9:09 PM
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Passando só pra mostrar uma foto hoje...
Outro dia eu estava eu pesquisando imagens de Pimenta Bueno, Rondônia (pra quem não sabe eu morei lá durante longos seis meses :P) e achei essa foto aqui, eu editei a original e deixei só o céu... Sem brincadeira o céu de lá é lindo... Principalmente nos fins de tarde, no pôr-do-sol...
Outro dia eu estava eu pesquisando imagens de Pimenta Bueno, Rondônia (pra quem não sabe eu morei lá durante longos seis meses :P) e achei essa foto aqui, eu editei a original e deixei só o céu... Sem brincadeira o céu de lá é lindo... Principalmente nos fins de tarde, no pôr-do-sol...
5:36 PM
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Acho que ultimamente meu blog tem virado mais musical do que poético... Mesmo assim aí vai mais uma música: Charlie Brown do recém lançado Mylo Xyloto do Coldplay... O clipe reúne imagens da banda em festivais, essa música (depois de Paradise) é uma das minhas favoritas...
... we'll be glowing in the dark!!
5:27 PM
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Lira Romantiquinha
Carlos Drummond de Andrade
Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?
Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?
Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas,
flores do ciúme?
Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?
Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?
Minh'alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?
9:32 PM
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Timidez
Cecília Meireles
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
— mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...
— palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
— que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
— e um dia me acabarei.
12:57 PM
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Só pra aproveitar o embalo, já que eu estava falando do Beirut, lá vai outro clipe, desta vez da Nantes (outra favorita :P)...
6:44 PM
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Só mais um vídeo... nada mais a dizer ...
10:17 PM
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Eu estava olhando os poemas do blog, e parece que eu sou meio anti-romântica, por isso decidi publicar aqui um poema romântico (as más línguas vão me zuar... eu sei... né Alice?) mas eu vou colocar mesmo assim...
As sem-razões do amor
Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
10:06 PM
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Mais uma música :)
Zach Condon :] |
Desta vez da banda americana Beirut. Liderada por Zach Condon, eles tocam um som que até hoje (depois de três anos ouvindo a banda) não consegui definir. Um dos clipes deles que eu mais gosto é da Postcards From Italy que pelo visto foi composta por vídeos caseiros... Não sei exatamente por que gosto do clipe... deve ser pelo tom de nostalgia entre as imagens e a música...
Outras Fotos da Banda:
Ah... E tem o site deles também
12:53 PM
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... Sabe aquela história de dar músicas pra textos... Então ... Essa aí vai pro Esquina da Memória...
From Where You Are
Lifehouse
So far away from where you areThese miles have torn us worlds apartAnd I miss you, yeah I miss you
So far away from where you areI'm standing underneath the starsAnd I wish you were here
I miss the years that were erasedI miss the way the sunshine would light up your faceI miss all the little thingsI never thought that they'd mean everything to meYeah I miss youAnd I wish you were here
I feel the beating of your heartI see the shadows of your faceJust know that wherever you areYeah, I miss youAnd I wish you were here
I miss the years that were erasedI miss the way the sunshine would light up your faceI miss all the little thingsI never thought that they'd mean everything to meYeah I miss youAnd I wish you were here
So far away from where you areThese miles have torn us worlds apartAnd I miss you, yeah I miss youAnd I wish you were here
TRADUÇÃO
So far away from where you areI'm standing underneath the starsAnd I wish you were here
I miss the years that were erasedI miss the way the sunshine would light up your faceI miss all the little thingsI never thought that they'd mean everything to meYeah I miss youAnd I wish you were here
I feel the beating of your heartI see the shadows of your faceJust know that wherever you areYeah, I miss youAnd I wish you were here
I miss the years that were erasedI miss the way the sunshine would light up your faceI miss all the little thingsI never thought that they'd mean everything to meYeah I miss youAnd I wish you were here
So far away from where you areThese miles have torn us worlds apartAnd I miss you, yeah I miss youAnd I wish you were here
TRADUÇÃO
De onde você está
Lifehouse
Tão longe de onde você estáEssas milhas tornaram nossos mundos separadosE eu sinto sua falta, sim eu sinto sua falta
Tão longe de onde você estáEu estou debaixo das estrelasE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto falta dos anos que foram apagadosEu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rostoEu sinto falta de todas essas coisas pequenasNunca imaginei que elas significariam tudo pra mimSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto as batidas do seu coraçãoEu vejo as sombras do seu rostoSó saiba que onde quer que você estejaSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto falta dos anos que foram apagadosEu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rostoEu sinto falta de todas essas coisas pequenasEu nunca imaginei que elas significariam tudo pra mimSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Tão longe de onde você estáEssas milhas tornaram nossos mundos separadosE eu sinto sua falta, sim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
PS: A letra é do Vagalume =p
Tão longe de onde você estáEu estou debaixo das estrelasE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto falta dos anos que foram apagadosEu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rostoEu sinto falta de todas essas coisas pequenasNunca imaginei que elas significariam tudo pra mimSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto as batidas do seu coraçãoEu vejo as sombras do seu rostoSó saiba que onde quer que você estejaSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Eu sinto falta dos anos que foram apagadosEu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rostoEu sinto falta de todas essas coisas pequenasEu nunca imaginei que elas significariam tudo pra mimSim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
Tão longe de onde você estáEssas milhas tornaram nossos mundos separadosE eu sinto sua falta, sim, eu sinto sua faltaE eu queria que você estivesse aqui
PS: A letra é do Vagalume =p
6:53 PM
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Epigrama n. 2
Cecília Meireles
És precária e veloz, Felicidade.Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.
Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste.
4:01 PM
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Eu nunca postei nada meu aqui... Eu sempre acho que os meus textos são horríveis, talvez por causa disso este blog esteja tão farto de poesias e textos alheios. O texto que escolhi publicar não o melhor texto que eu já escrevi... mas eu tinha que publicá-lo (nem que fosse num blog que quase ninguém lê, rs)... então, lá vai:
Esquina da Memória
Ana Carolina Borges
Para A. A.
Talvez fossem poucos os lamentos
na esquina da memória, aquela esquina onde ventos e chuvas tanto choraram e
onde raios de sol e pequeninas flores cantaram. Por aqueles esquecidos passos
que já não existem, aqueles dias que são como a névoa na esquina da memória,
aqueles risos sinceros que se desfizeram como frágeis teias de aranha e com os
olhos tão absolutos quando o tapete absurdamente verde da esquina da memória.
O vento dançava na esquina da
memória, trazia pequeninos trechos de projetos de sonhos... Impedidos... Porém,
quase tocáveis.
Naquela esquina aonde inverno não
chega, para você será sempre verão, um último verão que na memória foi
congelado num azul oceânico extremo... Lembrei-me agora... Naquela esquina não
chega também o oceano, não chegam mais olhos azuis oceânicos, chegam apenas
lamentos aquecidos pelo verão interminável.
Interminável como uma volta pelos
mundos que nós entramos, interminável como o dia que morreu enquanto o sol
ainda nascia... Era algo no caminho, eu sei, lá estava o Tempo... Aquele mesmo
Tempo que te apresentei há um tempo naquele caderno quadro-negro que ainda não
tinha nome...
E como se ainda estivéssemos
naquele dia quente de inverno, despeço-me: “Até um dia!”.
14/02/2011
9:33 PM
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Hoje o Coldplay lançou o clipe da música Paradise do ainda não lançado álbum Mylo Xyloto, e vai por mim... o Coldplay nunca tinha feito um clipe assim... como posso dizer ... tão ... diferente!
O quinto álbum da banda será lançado dia 24 de outubro...
O quinto álbum da banda será lançado dia 24 de outubro...
5:32 PM
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Esses dias eu estava procurando o livro Reparação do Inglês Ian McEwan pra baixar...
Aí me surgiu a ideia de publicar uma postagem sobre ele aqui no blog, Reparação se passa entre os anos de 1935 e a Segunda Guerra Mundial, em suma o livro conta paralelamente duas histórias, a de Briony, e do romance entre Cecilia, irmã mais velha de Briony e Robbie. Sendo ele dividido em ambientes diferentes, a primeira parte conta a história da família Tallis, onde entram em cena as irmãs Briony e Cecilia, e Robbie, que nesta parte do livro é o agregado da família, é muito interessante a forma como é narrada a história, pois a narrativa oscila entre os pontos de vista destes três personagens, fica um pouco difícil organizar as ideias no começo, mas depois fica fácil saber...
Acaba que por causa de uma mentira de Briony (que eu não vou dizer qual é, rs) Robbie acaba preso na noite que "revela" seu amor por Cecilia, na prisão ele recebe a opção de ficar preso ou lutar pela Inglaterra na Segunda Guerra, e ele vai para a guerra... Por ter "separado" os dois por causa de uma mentira, Briony começa sua reparação, ou expiação. Consegue um emprego de enfermeira e durante a guerra e no hospital passa por maus bocados, por assim dizer...
O final do livro eu não vou contar, só que vou fazer mais uma recomendação, em 2007, fizeram o filme baseado no livro, Desejo e Reparação, ou Atonement (em inglês), e é muito parecido com o livro:
O final do livro eu não vou contar, só que vou fazer mais uma recomendação, em 2007, fizeram o filme baseado no livro, Desejo e Reparação, ou Atonement (em inglês), e é muito parecido com o livro:
E umas cenas favoritas.
7:33 PM
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Mãos Dadas
Carlos Drummond de Andrade Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considere a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história. Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela. Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida. Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. |
5:16 PM
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As inscrições para o 20º Concurso Nacional de Poesia Augusto dos Anjos estão abertas do dia 05 de Setembro ao dia 05 de Outubro de 2011. E podem ser feitas pelo site do Jornal Leopoldinense.
5:36 PM
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Ultimamente tenho falado muito de clássicos nesse blog, mas hoje vou postar sobre um livro que gostei muito de ler: A Menina Que Roubava Livros, do Australiano de origem alemã Markus Zusak.
O livro fala obviamente da menina, Lisel Meminger, e cada livro que essa menina rouba tem um significado em sua vida, sendo o primeiro o Manual do Coveiro, mas tirando a história, o mais curioso é que quem conta a história é uma personagem diferente, a Morte. Que conta a vida de Lisel. O livro se passa na Alemanha nazista da Segunda Guerra Mundial. Não vou contar a história, isso não é um resumo, vou só recomendar, vale a pena ler é um livro diferente e bem interessante.
Falando em ideias diferentes, minha irmã tem mania de dar músicas aos livros que ela lê, ela leu esse e escolheu a música Prospek March, do Coldplay, aí vai a letra... Eu acho que combina.
A fumaça vai subindo das casas
Pessoas enterrando seus mortos
Eu pergunto a alguém que horas são
Mas o tempo não é importante para eles ainda
Pessoas conversam sem falar
tentando entender o que podem
Eu pergunto se você lembra
Prospekt como poderia eu esquecer?
Baterias
aqui vem elas!
Você não gostaria que sua vida pudesse ser tão simples
como peixes nadando ao redor de um barril
quando você tiver conseguido a arma
oh e eu corro...
aqui vem elas.
Somos apenas duas pequenas figuras num prato de sopa
tentando chegar a um tipo de controle
mas eu não era um.
Agora aqui eu deito por conta própria em um céu separado
e aqui eu deito por conta própria em um céu separado
Eu não quero morrer,
por conta própria aqui esta noite
Mas aqui eu deito por conta própria em um céu separado
Letra: http://letras.terra.com.br/coldplay/1380859/traducao.html
Imagem: http://2.bp.blogspot.com/-oskOKHdjGeY/Tbu4xVd_qAI/AAAAAAAAAT8/ru3ikJgnG5g/s1600/A%2Bmenina%2Bque%2Broubava%2Blivros%2Bde%2BMarkus%2BZusak.jpg
Letra: http://letras.terra.com.br/coldplay/1380859/traducao.html
Imagem: http://2.bp.blogspot.com/-oskOKHdjGeY/Tbu4xVd_qAI/AAAAAAAAAT8/ru3ikJgnG5g/s1600/A%2Bmenina%2Bque%2Broubava%2Blivros%2Bde%2BMarkus%2BZusak.jpg
9:41 PM
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Rua Cel. Teófilo Leme, uma das ruas bragantinas mais maltratadas pelo tempo, na foto antiga, do lado esquerdo se pode ver vários prédios que hoje assumiram outras formas, do lado direito, o Mercado Municipal nem parece o mesmo...
9:16 PM
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Alma minha gentil, que te partiste
Luís de Camões
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algúa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
9:11 PM
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Quero
Carlos Drummond de Andrade
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
5:24 PM
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Faz um tempo que eu quero postar aqui umas fotos que tirei em Matias Barbosa, uma cidade pequenininha que é cortada pela Estrada Real, além de ter uns biscoitinhos e doces deliciosos a cidade ainda tem vários monumentos históricos tombados. Bem em frente ao Grupo Escolar tem uma placa com os principais bens tombados da cidade, como eu estava de passagem não deu para tirar fotos de todos, mas o que conseguir ver valeu a pena.
Um Pouquinho de História
O português Matias Barbosa, sertanista e grande potentado obteve, em 1700, a concessão de sesmaria às margens do rio Paraibuna. Esta sesmaria deu origem ao atual município. Situado na divisa do estado de Minas Gerais com o do Rio de Janeiro, foi criado o Registro de Matias Barbosa. Os registros eram postos de fiscalização e alfândega interna e onde eram cobrados os tributos das mercadorias que circulavam. Eles existiram em vários pontos do território da Capitania. Os registros integravam o sistema de cobrança de impostos pela Coroa portuguesa e que se definiam por uma persistente tendência de tudo tributar.
Em volta do Registro de Matias Barbosa formou-se um povoado, que, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Matias Barbosa, foi elevado a distrito do município de Juiz de Fora em 1885. Em 1911, o distrito passou a ser apenas Matias Barbosa e com essa denominação foi elevado a município, em 1923, sendo seu território desmembrado de Juiz de Fora.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Matias_Barbosa
12:50 PM
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