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..::Chão de Versos::..

Manuel Bandeira
O rei atirou
Seu anel ao mar
E disse às sereias:
- Ide-o lá buscar,
Que se o não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias,
Não tardou, voltaram
Com o perdido anel
Maldito o capricho
De rei tão cruel!
O rei atirou
Grãos de arroz ao mar
E disse às sereias:
- Ide-os lá buscar,
Que se os não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias
Não tardou, voltaram,
Não faltava um grão.
Maldito capricho
De mau coração!
O rei atirou
Sua filha ao mar
E disse às sereias:
- Ide-a lá buscar,
Que se a não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias...
Quem as viu voltar?...
Não voltaram nunca!
Viraram espuma
Das ondas do mar.
8:54 PM No comments

Carlos Drummond de Andrade


Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.

A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.

8:50 PM No comments
Mário de Andrade
A Serra do Rola-Moça

Não tinha esse nome não...

Eles eram do outro lado,

Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele

Cada qual no seu cavalo.

Antes que chegasse a noite

Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puseram de novo
Pelos atalhos da serra

Cada qual no seu cavalo.

Os dois estavam felizes,

Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!

Riam até sem razão.

A Serra do Rola-Moça


Não tinha esse nome não.

As tribos rubras da tarde

Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,

Temendo a noite que vinha.

Porém os dois continuavam

Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,

Buscando o despenhadeiro.

Ali, Fortuna inviolável!

O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro

O noivo se despenhou.

E a Serra do Rola-Moça

Rola-Moça se chamou.
8:43 PM No comments

Como quase todo sofrimento, tudo começou com uma aparente felicidade.
A Menina Que Roubava Livros

5:21 PM No comments
Cansei de ser impessoal... Vou colocar aqui poemas e citações com o que eu sinto... começando AGORA: 


chemicalofgaze:

Hoje eu acordei com uma vontade de uma xícara de chá com algumas torradas. Uma vontade de achar o amor escondido em teu rosto, frio, sereno, cauteloso, vontade de ser amada de tal forma que me deixe atordoada. Tenho medo da noite pois me deixa narcótica de um modo inexplicável, um sono atordoante que não me deixa te ver ao calar do dia. Me esconde da vida, do amor, da prisão que é o dia-a-dia, sem nem ao menos deixar-me cantarolar no som melodioso das gotas d’água do meu humilde chuveiro. Me deixa cansada, atordoada, com o eco que vem do meu próprio coração. Canção triste, amargurosa, sem nenhum toque acalmante do amor, tenho devaneios como uma pobre alma doentia por amor incurável, tenho recaídas por palavras desconhecidas ou apenas difíceis de serem pronunciadas sem nenhum tom específico. Por favor, conecte-se à mim, sem nenhuma insegurança de que o que tu queres não serás alcançado. Por favor, só não me desfaça em mil cacos de um só eu inconsciente. (C.G)

“Desistir? Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca 
me levei realmente a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança 
nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, 
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.“ 
Cora Coralina
4:57 PM No comments
12:51 PM No comments
Pneumotórax
Manuel Bandeira



Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
- Respire.

- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

11:16 AM No comments
Passando hoje só para compartilhar uma citação, de um capítulo do livro A Menina Que Roubava Livros, Confissões, quase no final (meu capítulo favorito... rs)


No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que ele a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde a beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando.



5:01 PM No comments
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My name is Ana, a Brazilian living and studing literature in Germany.

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